sábado, 25 de setembro de 2010

A morte do palhaço

É sempre a mesma coisa há meses, a mesma ansiedade sem causa, que não sei de onde provém. Parece que espero uma desgraça desconhecida, uma catástrofe que ignoro - e que nunca chegará. Que nunca chegará, ouves bem? ... Vivo alheado, o cérebro espalhado por todas as coisas: apenas esta inquietação me domina e me enche. Se saio do sonho, não sei viver. Sobressalto-me com o menor ruído imprevisto: a porta que se fecha é para mim uma angústia. Compreendes isto? Antes a catástrofe que espero caísse sobre mim e me estatelasse no solo, do que este terror contínuo, a inquietação do que é vago, o aflitivo do nada...

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