domingo, 3 de outubro de 2010

Raul Brandão: sobre o pai

"Aos 23 do mês passado (Julho de 1910) morreu meu pai amachucado, exausto e pobre.  Encntrão de um, repelão de outro, assim foi até à cova. Tinha 67 anos incompletos. Não podia mais. Encontraram-se-lhe alguns cobres no bolso. Há muitos anos que se arrastava, e só tinha de seu uma alegria e um repouso: aos domingos. Aos domingos, metia-se no quarto, calçava uns chinelos, e toda a tarde chorava lágrimas sem fim sobre um velho romance de Camilo."

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